Cronologia

Há cinco décadas que a CAP dá voz aos Agricultores e sustenta a Agricultura Portuguesa.

Fundada a 25 de novembro de 1975, a CAP tornou-se um pilar do desenvolvimento económico e social do País. Cinquenta anos depois, mantém o mesmo objetivo: representar quem produz e reforçar a sua competitividade.

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Origens e fundação da CAP

Anos 1970

Em maio de 1974, é criada, em Beja, a Associação Livre de Agricultores (ALA), cuja ação se alarga rapidamente a vários distritos do País. A ALA propunha uma reorganização agrícola justa e o direito à propriedade. Porém, em março de 1975, é declarada ilegal pelo então Ministro da Agricultura, considerada uma “Associação de Malfeitores”, enquanto Portugal mergulha no clima tenso da Reforma Agrária, com ocupações de herdades e confrontos entre Agricultores e movimentos comunistas.

Origens e fundação da CAP

Anos 1970

Durante o “Verão Quente” de 1975, multiplicam-se manifestações de Agricultores. A mais célebre decorre a 13 de julho de 1975, em Rio Maior, quando se opõem à ocupação do Grémio da Lavoura local por forças conotadas com o PCP. É dessa data a célebre “Moca de Rio Maior”. A 6 de novembro de 1975, tem lugar, contudo, o protesto mais trágico: em Santarém, uma manifestação pacífica de Agricultores encontra uma contramanifestação sindical, transformando-se na célebre “Tarde Trágica de Santarém”, com mortos e feridos.

Origens e fundação da CAP

Anos 1970

A 25 de novembro de 1975, é fundada a CAP, Confederação dos Agricultores de Portugal, em reação à radicalização do processo agrícola. Mas só seria constituída por escritura pública, lavrada no Cartório Notarial da Vila de Rio Maior, a 22 de janeiro de 1976. De entre várias figuras, destaca-se a de José Manuel Casqueiro, rosto dos protestos dos agricultores no período revolucionário e que se afirmará como o primeiro Secretário-Geral da Confederação. A CAP reivindica diálogo político e uma lei de reforma agrária discutida democraticamente.

Origens e fundação da CAP

Anos 1970

Entre janeiro e março de 1976, a CAP organiza grandes comícios — o de Braga junta mais de 100 mil pessoas — e pressiona o Governo de Pinheiro de Azevedo para aceitar as reivindicações que os Agricultores consideravam justas. “Não recuar um passo” era a palavra de ordem. Durante 1976, a CAP afirma-se como força representativa do setor, apoia Ramalho Eanes nas Presidenciais, defende a propriedade agrícola e opõe-se contra todas as forças totalitárias que pretendiam dominar a Agricultura.

Origens e fundação da CAP

Anos 1970

Em 1977, promove o I Encontro Internacional de Agricultores, em Viseu, com associações e confederações de Agricultores de muitos países europeus. O encontro marcaria uma nova época na Agricultura do País. Alguns títulos da imprensa destacavam: “Agricultores em Viseu optam pela integração na Europa”. Nesse ano, faz uma revisão de estatutos (passa a ter a figura de um Secretário-Geral) e é admitida na Federação Internacional dos Produtores Agrícolas (FIPA). Prestes a comemorar o seu 2º aniversário, é finalmente reconhecida como Parceiro Social.

Origens e fundação da CAP

Anos 1970

Em 1978, a Confederação realiza grandes plenários em Santarém exigindo a devolução de terras e transparência nas explorações coletivas, enquanto o Ministro António Barreto garante, finalmente, o fim das expropriações. A década encerra com o I Congresso das Atividades Económicas, em 1979, onde CAP, CIP e CCP reafirmam o papel da iniciativa privada na recuperação nacional.

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Consolidação Nacional e Projeção Europeia

Anos 1980

Com a chegada da Aliança Democrática (AD) ao poder em janeiro de 1980, sob a liderança de Francisco Sá Carneiro e tendo Cardoso e Cunha como ministro da Agricultura, a CAP ganha influência e reconhecimento político. Nesse ano, José Manuel Casqueiro é eleito deputado no Alentejo, rompendo a hegemonia comunista.

Consolidação Nacional e Projeção Europeia

Anos 1980

A Assembleia de Delegados da CAP, em Barcelos, em março de 1980, reúne milhares de agricultores e reforça o apoio da classe ao Governo de Sá Carneiro. No final desse ano, após o trágico acidente de Camarate, que vitimou o Primeiro-Ministro, a CAP expressa luto e unidade.

Consolidação Nacional e Projeção Europeia

Anos 1980

Nos anos seguintes da década de 1980, a Organização estabiliza a sua estrutura interna e intensifica a ligação à Confederação Europeia de Agricultura (CEA), preparando e acelerando a integração de Portugal na CEE. A CAP assegurou, ao longo do seu percurso, a representação de Portugal junto da Comissão Europeia em Bruxelas, onde tem instalada uma delegação permanente, e a participação em todos os Comités Agrícolas e no Conselho Económico e Social.

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Integração e Modernização

Anos 1990

Em 1991, a CAP assinala o seu 15º aniversário com uma concentração em Rio Maior e organiza ciclos de debates sobre o papel do setor na integração europeia e na sustentabilidade ambiental – demonstrando uma visão inovadora, à frente do seu tempo para o setor em Portugal.

Integração e Modernização

Anos 1990

Nos anos 1992 e 1993, e à medida que a velocidade de integração na CEE vai acelerando, a CAP torna-se central na formação e na prestação de informação aos Agricultores sobre as regras comunitárias e as perspetivas da Política Agrícola Comum (PAC). Realiza por todo o País congressos e seminários sobre a necessidade da Reforma da PAC e o Acordo Geral de Tarifas e Comércio. Em plena e inesperada crise económica, eram enormes as debilidades que os mais diversos setores agrícolas atravessavam no contexto da integração europeia.

Integração e Modernização

Anos 1990

A 23 de novembro de 1993, inaugura a atual sede da CAP, em Benfica, deixando para trás a itinerância entre Rio Maior e a capital. Realizam-se, poucos dias depois, eleições para os Órgãos Sociais da CAP, que conferiu maior flexibilidade e transparência às decisões emanadas dos Órgãos Diretivos. Eleita para o triénio de 1994/96, a Direção, de que é presidente o professor Rosado Fernandes, passará a funcionar como Plenária e Executiva.

Integração e Modernização

Anos 1990

Entre 1994 e 1996, das mais diversas iniciativas, destaca-se a criação de linhas de crédito agrícola com a banca, a organização do Seminário “A Agricultura, a Floresta, a Economia e o Futuro” e do Congresso da Agricultura do Alentejo, assim como a realização de debates sobre regadio e uso da água. A CAP reforça a formação profissional e promove congressos temáticos sobre floresta e economia rural.

Integração e Modernização

Anos 1990

Em 1997, o IV Congresso da Agricultura Portuguesa (“Antecipar o futuro, preparar o presente”) analisa os desafios europeus. A CAP contesta a reforma da PAC contida na Agenda 2000, prevendo impactos negativos na agricultura nacional. Durante 1998, a CAP promove a modernização tecnológica e é lançado o portal CAP na Internet, reforçando a comunicação com os Associados.

Integração e Modernização

Anos 1990

Em 1999, sucedendo a José Andrade, João Machado é eleito Presidente e Luís Mira Secretário-Geral. A CAP acompanha as negociações da Agenda 2000, participa em fóruns internacionais (Havana, Seattle) e assina o Convénio Florestal Ibérico com a ASAJA, a sua congénere espanhola, fortalecendo a cooperação ibérica.

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Reestruturação e Desafios da PAC

2000

O virar do milénio é marcado pela presidência portuguesa da União Europeia e pela celebração dos 25 anos da CAP, culminando na publicação do decreto que define os critérios de representatividade agrícola. Em 2001, decorre o V Congresso Nacional da Agricultura (“O Agricultor na Sociedade do III Milénio”), com presença do então Presidente da República, Jorge Sampaio. Nesse mesmo ano, a seca leva o Governo a declarar calamidade agrícola e a CAP organiza manifestações de protesto.

Reestruturação e Desafios da PAC

2000

Com a mudança política de 2002, Armando Sevinate Pinto assume a pasta da Agricultura e reforça a colaboração com a CAP. A nível europeu, o comissário Franz Fischler propõe uma revisão radical da PAC, gerando forte contestação dos Agricultores portugueses. O verão de 2003, devastado por incêndios, marca uma das maiores crises florestais da história, coincidindo com a aprovação da Reforma Intercalar da PAC. Morre José Manuel Casqueiro, figura histórica da CAP.

Reestruturação e Desafios da PAC

2000

Um dos momentos de grande luta política da CAP estaria guardado para a segunda metade da década de 2000, durante o mandato de Jaime Silva à frente da Agricultura. Fortemente contestado pelo setor, tirou todos os apoios à Agricultura nacional, prejudicou os agricultores com impostos mais altos e, em simultâneo, devolveu todas as verbas que pôde a Bruxelas, escusando-se a investir na modernização do setor. A CAP mobilizou o descontentamento, organizando grandes manifestações de protesto, que bloquearam várias cidades portugueses, incluindo Lisboa.

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Renovação, Visão Estratégica e Futuro

Anos 2010–2025

A CAP celebra os seus 40 anos em 2015 com a realização do 7.º Congresso no Estoril e um encontro nacional em Tomar, reafirmando o papel estratégico do setor.
Em 2016, lança os Roteiros “Visão 2020 para a Agricultura Portuguesa”, na Fundação Calouste Gulbenkian, com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, debatendo competitividade, crescimento e sustentabilidade.

Renovação, Visão Estratégica e Futuro

Anos 2010–2025

Em 2017, Eduardo Oliveira e Sousa assume a presidência da Confederação, reforçando a sua aposta na inovação e representação internacional. Em novembro de 2019, no oitavo Conselho de Presidentes da sua história, em Tomar, a CAP é condecorada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, como Membro Honorário da Ordem de Mérito Empresarial, na vertente Agrícola: “A CAP é um parceiro social para o nosso futuro coletivo. [Os seus fundadores] percorreram caminhos penosos para ultrapassar tradições corporativas e rejeições difíceis, até ganharem espaço vital e, mais tarde, espaço negocial e estratégico. Este já longo passado de 44 anos foi vivido, desde o início, sempre contra o vento e, muitas das vezes, no meio das condições mais adversas. É-lhe, por isso, devido um gesto de gratidão nacional”, anuncia.

Renovação, Visão Estratégica e Futuro

Anos 2010–2025

Em 2020, ano marcado pela pandemia de Covid19 que paralisou o mundo, a CAP lança uma campanha de apoio aos agricultores, disponibilizando meios ao mesmo tempo que defende medidas de proteção ao setor. Durante este período, projeta a voz dos Agricultores portugueses, mostrando a sua resiliência: “A Agricultura Não Para”. Em setembro desse ano, apresenta, no Centro Cultural de Belém, o documento estratégico “Ambição Agro 2020-30”, que representa o contributo dos Agricultores nacionais para o Plano de Recuperação e Resiliência.

Renovação, Visão Estratégica e Futuro

Anos 2010–2025

Em 2023, a Confederação volta a dar voz ao descontentamento do setor, promovendo protestos de Norte a Sul do País, “contra a incompetência de quem nos Governa”. Número de Agricultores e de tratores nas ruas bate recordes. Em maio de 2023, Álvaro Mendonça e Moura é eleito presidente da direção, dando continuidade à modernização institucional e à defesa dos agricultores portugueses no contexto europeu e global.

Renovação, Visão Estratégica e Futuro

Anos 2010–2025

Nos dias 25 e 26 de novembro de 2025, a CAP assinala o seu cinquentenário com um grande Congresso Comemorativo no Pavilhão de Portugal, dedicado ao tema “A evolução da Agricultura e da Floresta Portuguesas desde 1975, no contexto da mudança socioeconómica e política do País”. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, marcam presença num momento que consolida a CAP como voz dos Agricultores, promotora do diálogo social, da modernização tecnológica e da defesa da competitividade do setor primário português. 50 anos após a sua fundação, a CAP reforça o seu papel enquanto pilar central da Agricultura nacional.

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