A iniciativa do Executivo «Governo + Próximo» decorre no distrito de Évora, nos dias 21 e 22 de junho, incluindo a reunião desta quinta-feira, 22 de junho, do Conselho de Ministros.

Aproveitando esta ocasião, os apicultores portugueses vão manifestar-se em Évora para denunciar a insensibilidade e a falta de resposta do Ministério da Agricultura perante a pior crise que o setor apícola português atravessa em 40 anos.

O comunicado divulgado pela Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP), que reproduzimos, revela a desilusão dos apicultores com a tutela perante as dificuldades que a seca severa está a provocar na apicultura nacional. A FNAP recorda que, para além de ser considerado pela União Europeia como “um emprego verde”, o valor do setor apícola na economia portuguesa (REL – Rendimento Empresarial Líquido) está avaliado em mais de 15 milhões de euros. Em 2022, a produção nacional de mel foi de 9.817 toneladas, tendo 20% deste valor seguido para exportação.

COMUNICADO da FNAP

“A seca de 2022/2023 conduziu a uma quebra na produção de mel em todo o país. As estimativas são de que a produção diminua 80% relativamente a um ano normal. A seca extrema e prolongada coloca em risco de sobrevivência as colmeias, que terão de ser alimentadas pelos apicultores durante o resto do ano.

Esta crise é agravada pelo aumento dos custos de produção, especialmente dos alimentos e dos medicamentos veterinários para as abelhas, mas também dos combustíveis – juntos significam um acréscimo dos custos de produção de 25%.

De setembro de 2020 a setembro de 2022, Portugal perdeu 90.000 colmeias de abelhas (12% do efetivo nacional) e a perspetiva para 2023 é que a mortalidade possa duplicar, sem que os Apicultores tivessem visto um gesto, ou uma medida por parte do Ministério da Agricultura a favor do setor.

Apesar da apicultura ser um setor económico com grande importância social, económica e ambiental para o país, especialmente para as zonas rurais, Portugal não apoia os Apicultores de forma direta, excluindo-os dos apoios existentes noutros países da União Europeia.”

 

Fonte: FNAP - Federação Nacional dos Apicultores de Portugal