Decorreu hoje em Bruxelas a sessão plenária do Comité Económico e Social Europeu (CESE) de que é membro a Confederação dos Agricultores de Portugal e onde foi possível ao secretário-geral da CAP questionar diretamente o comissário da Agricultura aí presente.

Na sua intervenção, Luís Mira felicitou a Comissão pela apresentação do documento estratégico ‘A Visão para a Agricultura e Alimentação para o Futuro’, reconhecendo que a visão e os objetivos apresentados estão alinhados com as necessidades do setor agrícola e dos agricultores europeus. Contudo, sublinhou que, para concretizar esta visão, é essencial garantir o orçamento comunitário necessário para cumprir os objetivos propostos. 

Apesar do comentário de sentido positivo, Luís Mira interpelou o comissário Christophe Hansen com as seguintes questões:

  • Podemos ter a garantia de que fará tudo ao seu alcance para aumentar o orçamento destinado à Política Agrícola Comum (PAC)?
  • Podemos contar com o seu compromisso de manter os dois pilares da PAC, assegurando estabilidade, previsibilidade e medidas de longo prazo para que os agricultores europeus possam gerir as suas explorações de forma mais competitiva, especialmente num contexto de verdadeira guerra comercial a nível internacional?

O responsável da CAP quis alertar a Comissão para os riscos de substituir os dois pilares da PAC por um fundo único, destinado a gerir todos os recursos. Luís Mira sublinhou que a PAC é a única política verdadeiramente comum a todos os Estados-Membros e que qualquer tentativa de diluir a sua especificidade ao misturá-la com outros fundos europeus seria desastrosa, e comprometedora da eficácia das medidas e da capacidade de apoiar os agricultores de forma adequada.

Por fim, o secretário-geral da CAP fez um apelo ao comissário Christophe Hansen para que garanta uma PAC estável com uma duração mínima de 7 anos, ao contrário dos dois últimos períodos de programação, que trouxeram incertezas ao setor. Reforçou que a estabilidade e previsibilidade são essenciais para que os agricultores possam planear e gerir as suas explorações de forma sustentável e competitiva.

Fonte: CAP