A Rússia anunciou a suspensão do Acordo ‘Grãos do Mar Negro’ alegando o incumprimento de compromissos relativamente à retirada das sanções ao Banco Agrícola Russo.

Após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, só através deste Acordo, conseguido em julho com a mediação das Nações Unidas e da Turquia, foi possível que toneladas de alimentos deixassem a região do Mar Negro.

A Rússia e a Ucrânia são grandes fornecedores mundiais de trigo, cevada, óleo de girassol e outros produtos alimentares e o pacto abrangia a exportação de cereais ucranianos e ainda fertilizantes e produtos alimentares russos. No último ano, permitiu exportar cerca de 33 milhões de toneladas de cereais para os portos mundiais, o que aliviou os agriculturas ucranianos e os países com maior insegurança alimentar no mundo. Ainda assim, esse valor representa apenas cerca de metade do que a Ucrânia exportava antes da invasão, cerca de 5 milhões de toneladas por mês.

A guerra na Ucrânia elevou os preços dos produtos alimentares para valores recorde e contribuiu para agravar a segurança alimentar mundial associada a outros conflitos, aos efeitos prolongados da pandemia da Covid-19, secas e outros fatores climáticos.

Se não for possível retomar o Acordo, os operadores nacionais terão de procurar outros fornecedores em destinos como a América do Sul, Estados Unidos e Canadá, com a agravante da escalada de preços no mercado mundial que se refletirá nos custos de produção em Portugal.

 

Fonte: Agência Lusa