Apesar do Orçamento do Estado não trazer melhorias ao desenvolvimento da actividade económica em geral, e da agricultura em particular, a CAP celebrou um Acordo de Concertação Social porque este permitiu conseguir alterações de base no Plano Estratégico da PAC (PEPAC) que há muito vínhamos reivindicando. Quando se concretizarem vão permitir um aumento dos apoios anuais e o reforço do pacote agro-ambiental. Esperamos que as alterações se concretizem no mais curto espaço de tempo. O Acordo também admite a diminuição dos impostos em algumas áreas, como sejam o gasóleo colorido ou os jovens agricultores, assim como a possibilidade de não tributação (até determinado valor) de despesas com habitação para os trabalhadores, entre outras medidas que destacamos nesta edição.

A mudança da Agroglobal do emblemático campo de Valada para o CNEMA era uma operação extremamente delicada e difícil, mas o resultado excedeu as minhas expectativas, não só no ambiente de dinamismo e de pujança que ali se viveu, como também na satisfação bem patente no rosto dos visitantes e nos bons contactos e negócios que os expositores realizaram. A Agroglobal acolheu ainda o III Congresso Ibérico, que mais uma vez demonstrou a importância que o mundo rural tem na política em Espanha, e não em Portugal, traduzida na criação de mais e melhores condições de competitividade para os ‘nuestros hermanos’.

A Ciência evolui todos os dias e a determinação do código genético das plantas veio possibilitar avanços que até hoje não eram possíveis. As Novas Técnicas Genómicas fazem, num curto espaço de tempo, o que a Natureza levaria milhares ou milhões de anos. Não se tratam de aberrações da Natureza; trata-se simplesmente de acelerar o processo de evolução de uma determinada semente ou planta. Faço votos que os mais cépticos e radicais defensores (ou supostos defensores) da Natureza não consigam a travar, ao nível europeu, a utilização de tão importante avanço na produção de alimentos.


LUÍS MIRA

Secretário-geral da CAP