Em 2025 a Confederação dos Agricultores de Portugal celebra 50 anos, uma data de profundo simbolismo que será comemorada por todos nós com enorme orgulho. Assinalar o 50º aniversário da CAP representa cinco décadas da História de Portugal e da história da maior organização socioprofissional agrícola.
São cinquenta anos ao serviço do País e dos Agricultores Portugueses, de trabalho e luta e pela garantia da liberdade individual, da propriedade privada, do direito à associação livre. Os mesmos princípios fundadores e inabaláveis de 1975, que criaram a organização e foram determinantes na consolidação da Democracia, e se mantêm inalterados em 2025.
São cinquenta anos de construção e fortalecimento do Associativismo Agrícola, de aposta firme na relevância do conhecimento técnico, no desenvolvimento de uma agenda própria livre de partidos e fações políticas.
Cinquenta anos dedicados a defender uma atividade profissional das mais relevantes para a economia nacional e a coesão do território, e a contrariar a tendência para menorizar o sector primário e o interior rural, erradamente ‘percecionados’ como incapazes de proporcionar uma vida ativa interessante e financeiramente atrativa e compensadora para quem aí encontra profissão e modo de construir família. Será, pois, um ano marcado por iniciativas e eventos demonstrativos da evolução da Agricultura e do crescimento da CAP.
A renovada Revista do Agricultor, que está a ler neste momento, é apenas um exemplo do impulso transformador que a CAP vai imprimir às iniciativas que vão assinalar o seu 50º aniversário. Outras surpresas virão.
Na situação internacional, perante a tensão crescente, com a escalada ao nível do comércio entre os Estados Unidos e a União Europeia, é fundamental que, a confirmarem-se as ameaças de tarifas elevadas sobre os produtores agroalimentares portugueses, que o Estado responda com instrumentos que permitam às empresas ganhar quotas de mercado de exportação noutras partes do mundo, de forma a compensar o impacto da redução mo mercado americano.
No dia 18 de maio o país realizará eleições legislativas antecipadas. A situação política que se vive exige que as organizações do Estado não assimilem a crise política nem os calendários eleitorais que se aproximam, e se mantenham em pleno funcionamento, permitindo às empresas trabalharem, exportarem e fazer crescer a economia e o país.
Aos partidos exige-se pragmatismo e ação para o desenvolvimento do país, deixando de lado as politiquices partidárias das quais todos já estamos fartos. Portugal e a Agricultura precisam de uma governação estável e com capacidade de ação.
LUÍS MIRA
Secretário-Geral da CAP