Após a rejeição da moção de confiança apresentada na terça-feira (11 de março) pelo XXIV Governo, o Presidente da República ouviu os partidos políticos com assento parlamentar e o Conselho de Estado, e, de acordo com a opinião da maioria anunciou ao país, ao início da noite de quinta-feira, a realização de eleições antecipadas no dia 18 de maio de 2025.
Ao dirigir-se ao país, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou como Portugal tinha “superado a sucessão de Governos há um ano. Tínhamos aprovado o Orçamento do Estado há quatro meses. Íamos e vamos ter eleições locais daqui a seis meses e presidenciais quatro meses depois”, após as eleições de 10 de março de 2024.
O presidente destacou o estado do Mundo “que mudou imenso e tudo indica que irá mudar mais”, e que esta crise “aparentemente só política” - e inesperadamente desencadeada num só mês - surge no momento muito delicado que recomenda estabilidade e não de “crises nem sobressaltos que atrasem o que é urgente fazer e fazer bem.”
Perante mais um acto eleitoral (o terceiro em quatro anos) que ninguém esperava nem queria, haverá dois meses de campanha eleitoral, que deve “pesar bem, os sinais e os riscos para a Democracia, de situações de confronto em que não é possível haver consensos, nem que parcial seja, porque se trata de conduzir a becos, de natureza pessoal e ética, que não têm saída, que não sejam as eleições.”
O Chefe de Estado reforçou ainda que “seria um desperdício imperdoável não discutir aquilo que tanto preocupa no dia a dia dos Portugueses nestes e nos próximos tempos. Quem propõe o quê e se apresenta para liderar o Governo e resolver problemas concretos. A economia e o seu crescimento, o emprego, o controlo da inflação, os salários e os rendimentos, a saúde, a habitação, a educação, as desigualdades, a justiça, a mobilidade humana, o lugar dos menos jovens e também o lugar dos mais jovens na nossa sociedade, a segurança, e, claro, a transparência e o combate à corrupção. Tudo num quadro de paz e de guerra e de uma muito difícil situação económica internacional.”
Ao dirigir-se ao país, o presidente assumiu também uma grande preocupação com o rumo e o tom que a campanha pode assumir, traduzido na necessidade de impor “um debate eleitoral claro, frontal, esclarecedor, mas sereno, digno, elevado, tolerante, respeitador da diferença e do pluralismo. Que fortaleça, não enfraqueça a Democracia. Não abra, ainda mais, a porta a experiências que se sabe como começam e se sabe como acabam.”
Fonte: Presidência da República, 13/03/2025